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Cientistas conseguiram registrar em alta resolução a imagem do surgimento de um sistema planetário

Por Renato Souza
Cientistas conseguiram registrar em alta resolução a imagem do surgimento de um sistema planetário. A foto foi tirada pelo telescópio espacial Hubble em conjunto com o grande telescópio do projeto Alma, que fica no Deserto do Atacama, no Chile. A imagem mostra as falhas no disco de material restante da formação da jovem estrela HL Tauri, a cerca de 450 anos-luz de distância da Terra, na forma de anéis concêntricos que seriam resultantes da “limpeza” feita pelos planetas recém-nascidos nas suas órbitas em torno do astro. Essa é a primeira e mais detalhada imagem em alta resolução de um sistema em formação há anos luz da Terra. "Quando vimos esta imagem pela primeira vez ficamos maravilhados com seu espetacular nível de detalhes", conta Catherine Vlahakis, uma das cientistas do projeto Alma. A cientista revelou ainda que a estrela HL Tauri tem 1 milhão de anos, o que é muito pouco em idade estelar. Por isso vários planetas ainda estão em formação a sua volta. Com sua construção praticamente concluída, a um custo de cerca de 1 bilhão de euros (mais de R$ 3 bilhões), o projeto Alma conta com 66 antenas instaladas a mais de 5 mil metros de altitude em território chileno. As antenas são desenhadas para detectar radiação na faixa milimétrica/submilimétrica do espectro, entre o infravermelho e micro-ondas. Estas antenas podem ser separadas por distâncias de até 16 quilômetros, simulando uma enorme antena com este diâmetro. Isso dá ao revolucionário observatório uma resolução, isto é, a capacidade de diferenciar dois objetos muito próximos, de apenas 35 miliarcossegundos, o equivalente a ver uma moeda a mais de 110 quilômetros de distância e mais poderosa que a do telescópio espacial Hubble. O Alma opera em uma faixa de espectro que traz informações inéditas sobre o chamado “Universo frio”, o que inclui as imensas nuvens moleculares cujo colapso gravitacional dá origem a novas estrelas e planetas. Estrelas como a HL Tauri se formam após o colapso de poeira cósmica sob efeito da gravidade. Até então imagens como essa eram produzidas por meio de simulação em computadores. Mas essa é uma imagem completamente real, como as fotos que tiramos aqui na Terra. Nos próximos dias, meses e anos o Alma deve abrir os olhos da humanidade para os segredos do universos além de comprovar muitas teorias da astronomia. O Brasil se prepara para construir a maior antena de radioastronomia do mundo. O projeto será desenvolvido em parceria com a Argentina e as descobertas com uso do equipamento devem entrar para a história da astronomia humana. Foto: Alma (NRAO/Eso/NAOJ).


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