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Banda diz que incêndio na boate Kiss foi causado por pane elétrica Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/banda-diz-que-incendio-na-boate-kiss-foi-causado-por-pane-eletrica-7430280#ixzz2JNg4EBvW © 1996 - 2013. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.


Fachada da boate Kiss destruído pelo fogo e pelo trabalho de resgate das vítimas Foto: Reuters
Fachada da boate Kiss destruído pelo fogo e pelo trabalho de resgate das vítimasREUTERS
SANTA MARIA — Os integrantes da banda Gurizada Fandangueira presos disseram, em depoimentos à polícia, que o incêndio na boate Kiss não teve início por causa do artefato "sputinik" usado durante o show da madrugada de sábado e sim devido a uma pane no sistema elétrico do estabelecimento. Estão detidos o vocalista da banda, Marcelo de Jesus, e o assistente, Luciano Bonilla. Marcelo é apontado como o homem que detonou o sinalizador e Luciano é responsável pela montagem do palco e pela decoração utilizada no show.
— Há muitas divergências nos depoimentos — disse a promotora Waleska Agostini, que acompanha o caso. — Eles (os integrantes da banda) também afirmaram que o artefato era de fogo frio, sem pólvora. Os donos da boate falaram que não tinham dado autorização para o uso de fogos e o pessoal da banda diz que já tinha usado fogos em outras apresentações e que eles sabiam. São divergências que só serão esclarecidas pela perícia.


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Os depoimentos e provas recolhidos sobre a tragédia na boate Kiss revelam contradições entre o que dizem os donos da casa noturna, a banda e os frequentadores do local. Os investigados tentam afastar as suspeitas contra si, o que já é esperado pela polícia. Mais de dez pessoas foram ouvidas, entre elas os sócios da boate Kiss Elissandro Spohr, conhecido como Kiko, e Mauro Hoffamann. Os dois, que estão presos, tiveram os bens bloqueados pela Justiça.
Na noite de segunda-feira, foram reforçadas as buscas e apreensões em casas noturnas de propriedades dos sócios da danceteria atingida pelo incêndio que matou 231 jovens no Rio Grande do Sul.
Sinalizadores
Em entrevista à Rádio CBN nesta terça-feira, Jader Marques, advogado de Elissandro Spohr, o Kiko, um dos proprietários da casa noturna, negou que o empresário soubesse que a banda Gurizada Fandangueira, que tocava na casa no momento em que as chamas começaram, ia usar um sinalizador ou qualquer outro equipamento pirotécnico. O advogado disse que está apurando as reponsabilidades de Spohr no caso.
Um dos donos da Kiss, Mauro Hoffmann, declarou, nesta segunda, que proíbe o uso de sinalizadores por parte das bandas que tocam na sua outra boate, a Absinto. Mas algumas testemunhas disseram à polícia que os sinalizadores são rotineiramente usados naquela danceteria. As imagens de câmeras de segurança que deveriam existir na boate, e poderiam comprovar o uso ou não de sinalizadores na noite do dia 27 de janeiro, não foram encontradas. Os donos garantem que mandaram o equipamento para conserto, mas não há provas disso, por enquanto.
Segundo o jornal “Zero Hora”, testemunhas apontaram dois integrantes da banda, o vocalista e um arranjador de som, como as pessoas que usaram as mãos para soltar sinalizadores no palco. Esses artefatos teriam provocado o incêndio. Nenhum dos dois, que estão presos, assumiu ter soltado o sinalizador manual.
Os integrantes da banda alegaram ainda ter utilizado apenas o sputnik, uma espécie de "fogo frio" acionado por controle remoto desde o piso do palco, supostamente incapaz de causar incêndios. Já a Polícia Civil coletou três testemunhos confirmando que os músicos usaram o sputnik e outros dois depoimentos assegurando que foram usados sinalizadores manuais, nos quais o fogo sobe da mão do músico em direção ao teto (que era de material altamente inflamável).
Superlotação
Além disso, há suspeita de superlotação da casa. À CBN, o advogado Jader Marques negou que a danceteria estivesse superlotada no dia da tragédia. A Polícia Civil calcula que havia entre 800 e 1,2 mil pessoas durante a festa. Porém, o comandante-geral dos bombeiros no Rio Grande do Sul, Guido Pedroso de Melo, disse que o estabelecimento não poderia comportar mais de 690 pessoas, já que a casa tem 690 metros quadrados. Segundo Marques, o procedimento normal é liberar comanda para até 700 pessoas. Depois que o número é atingido, uma fila é formadas e os seguranças só poderiam liberar a entrada de mais clientes depois que outros saíssem. Ele negou que houvesse 1,2 mil pessoas no local. Testemunhas asseguraram que 1,5 mil pessoas, no mínimo, estavam na danceteria no momento do incêndio.
Alvará e extintores
Os donos asseguram que os extintores de incêndio estavam em dia e as saídas da danceteria, iluminadas. Ele também garantiram ter pedido a renovação do Plano de Prevenção Contra Incêndios. Apesar disso, os frequentadores e até alguns seguranças testemunham que extintores não funcionaram e as saídas não estavam indicadas claramente. O Corpo de Bombeiros disse ainda que não recebeu o pedido de renovação do alvará.
Donos da boate Kiss devem ser indiciados
Por causa das várias contradições, não é possível prever quando será concluído o inquérito. No entanto, a polícia acredita que os donos da boate e, talvez, os integrantes da banda, sejam indiciados. A dúvida é se será por homicídio culposo (sem intenção) ou por dolo eventual (por assumir riscos que causaram morte).
Mais de 30 policiais que foram designados para a investigação se dividiram em três frentes, cada uma conduzida por um delegado. Uma delas consiste em colher depoimentos de vítimas e também dos suspeitos de ter causado o incêndio. Outra, na pressão pela realização de perícias e sua análise, inclusive com testemunho dos peritos. E a terceira, na coleta e estudo de documentos que possam elucidar o que aconteceu e o que deveria ter sido feito para evitar a tragédia.
Perícia deve comprovar o uso de sinalizador
O resultado do trabalho de seis peritos do Instituto Geral de Perícias (IGP) de Porto Alegre deve reforçar dois pontos da investigação da Polícia Civil até o momento: que o fogo teria iniciado devido ao uso de um artefato pirotécnico por um integrante da banda no palco da boate e que a porta de saída não teria dado vazão ao público presente. A causa do incêndio foi apontada em depoimentos de testemunhas e funcionários à Polícia Civil.
Os peritos chegaram à cidade no final da tarde de domingo e iniciaram a avaliação do local. Eles tiveram a colaboração do departamento de criminalística da Polícia Civil de Santa Maria. O trabalho foi interrompido na madrugada de segunda-feira por causa da dificuldade de iluminar a boate. O levantamento continuou na manhã de ontem e encerrou à tarde. Os peritos verificaram o interior do prédio, os destroços e objetos deixados pelas vítimas durante a tentativa de fuga. Parte da fachada, arrancada por populares e bombeiros durante a retirada das vítimas também foi periciada. Os destroços estavam no estacionamento de um hipermercado em frente à casa noturna.
— Vamos apurar tudo o que ocorreu e usar os 30 dias de prazo do inquérito para concluir a investigação— disse o delegado regional de Polícia Civil, Marcelo Arigony.
O delegado responsável pela investigação, Gabriel Zanella, acrescentou que a polícia também vai apurar se havia algum obstáculo na porta de saída.
Entenda a tragédia
Na madrugada do dia 27 de janeiro, centenas de jovens participavam de uma festa na boate Kiss, no Centro de Santa Maria. O fogo começou durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira. Por volta de 2h30m, um dos integrantes do grupo utilizou um sinalizador luminoso, cujas fagulhas atingiram a espuma de isolamento acústico da casa noturna, provocando o incêndio. As vítimas buscaram rotas de fuga, no entanto, segundo relato de sobreviventes, um grupo de seguranças bloqueou a única saída da boate para evitar que os clientes saíssem sem pagar. Sem conseguir sair do estabelecimento mais de 200 jovens morreram e outros 100 ficaram feridos. A maioria dos mortos foi vítima de intoxicação pela fumaça. Os bombeiros encontraram dezenas de corpos empilhados nos banheiros, onde muitos ainda tentaram se proteger, e em frente à porta da boate. O incêndio, que teve repercussão internacional, é considerado o segundo maior da História do país e a maior tragédia do Rio Grande do Sul.
Com 262 mil habitantes, Santa Maria é uma cidade universitária que fica na região central do estado. A festa, chamada de “Agromerados“, reunia estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFMS). A maior parte deles tinha entre 16 e 20 anos. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o plano de prevenção contra incêndios da boate Kiss estava vencido desde agosto de 2012. (SAIBA COMO FOI O INCÊNDIO)
Localizada na Rua Andradas, a boate Kiss costumava sediar festas e shows para o público universitário da região. A casa noturna é distribuída em três ambientes — além da área principal, onde ficava o palco, tinha uma pista de dança e uma área vip. Segundo informações do site da casa noturna, os ingressos custavam R$ 15.


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Fonte: Globo.com

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