Páginas

Vanessa Daya, uma jovem popular e determinada

Reprodução do Facebook
A piloto integrava a equipe Moto com Batom, que tinha o objetivo de se profissionalizar: morte põe fim ao grupo

A longa tatuagem de onça nas costas da maranhense Vanessa Daya, de 31 anos, indicava o que muitos pensavam sobre ela: forte e guerreira. No último domingo, quando subiu na moto para a disputa da segunda prova do dia do Campeonato Brasiliense de Motovelocidade, ao lado de homens, a piloto estava determinada a superar o segundo lugar alcançado naquele dia na categoria feminina. A derrota estava entalada na garganta. Desde que começou a correr profissionalmente, em janeiro do ano passado, não perdia uma prova entre as mulheres. A decepção era visível na viseira embaçada de lágrimas. Ela não estava preparada para o desafio seguinte, mas ninguém poderia convencê-la do contrário. Ia correr, e muito. A amiga Simone Vieira tentou dissuadi-la, mas não deu certo.

A preparação foi intensa. Um dia antes da corrida, Vanessa dormiu no boxe, ao lado da moto, customizada com cílios e rodas cor de rosa. Como companhia tinha o treinador, Wendell Vaz, e a amiga Indiana Munoz, que acabou assumindo a liderança da prova feminina.

Antes de largar contra a vontade de todos, disse que estava com “sangue nos olhos”. O amigo e patrocinador, Francisco Arruda, tentou conter a sede por vitória de Vanessa, mas nada do que disse a ela naquele momento adiantou. “Você vai ver o que eu vou fazer nessa corrida”, anunciava. Obstinada a baixar o tempo de qualquer forma, a piloto deixou Arruda com o coração na mão. O argumento era de que nunca havia caído.

“Ela correu além do próprio limite. Desestabilizou, chicoteou e não quis soltar a moto, ficou grudada nela até o último minuto”, lembra Simone Vieira, colega piloto, do grupo Moto com Batom, do qual Vanessa Daya fazia parte. Ela se orgulha em dizer que montaram o primeiro grid feminino do mundo. Agora, os planos mudaram. “O Moto com Batom vai com ela”, lamenta. A intenção era de, até o fim do ano, conseguir mais patrocínios e profissionalizar a equipe.

Paixão pelas motos
Vanessa, entretanto, nem sempre encarou a motovelocidade como atividade profissional. Foi ao lado da amiga, a fotógrafa Ladyane Borges, que o primeiro ronco de motor provocou arrepios na jovem. As duas se conheciam desde os 14 anos, e em 2010 estiveram em uma famosa festa sertaneja do DF. Na porta, encontraram várias motos grandes e brincaram: “Essa é a minha”. Os donos dos veículos apareceram, empolgados. Não demorou para que Vanessa engatasse namoro com um deles, que durou um ano e meio. O romance acabou, mas a paixão pela motovelocidade se manteve. “Ela tirou a habilitação para moto meio escondidinha e só contou para as amigas com o documento nas mãos”, descreve a amiga.

A surpresa de ver Vanessa sobre duas rodas foi ainda maior para a mãe, Marinalva da Silva Soares. “Só descobri quando ela já era profissional consagrada”, conta. “Eu tinha medo de que acontecesse alguma coisa, mas não havia como convencê-la a parar. Desde criança, ela não aceitava ‘não’ como resposta.”

Leia o perfil completo na edição impressa do Correio Braziliense

Fonte: Super Esportes

0 comentário "Vanessa Daya, uma jovem popular e determinada"

Postar um comentário

Obrigado por seus comentários