Bando era responsável pelo tráfico no Pq. São Bento e Jd. São Guilherme
Adriane Mendesadriane.mendes@jcruzeiro.com.br
A Polícia Civil prendeu ontem em Sorocaba, uma quadrilha de tráfico de drogas comandada e composta apenas por mulheres, cinco no total. A líder do bando, Vanessa de Fátima Nunes, de 33 anos, era responsável pelo tráfico em toda região do Parque São Bento e Jardim São Guilherme, e para isso recrutava mulheres, inclusive adolescentes. De acordo com o delegado José Humberto Urban Filho, titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), a intenção da acusada em chefiar o bando, ao recrutar apenas mulheres, era a de despistar a atenção da polícia.
As investigações começaram há quatro meses, e após todo o levantamento da forma de atuação da quadrilha, a unidade especializada conseguiu junto à Justiça os mandados de busca e apreensão, que foram cumpridos ontem pelo fato de que, conforme se apurou na investigação, a distribuição semanal das drogas acontecia sempre às quintas-feiras.
Entretanto, Urban atentou que a grande dificuldade em se chegar ao bando era a composição geográfica de suas casas, sendo que todas as cinco garotas residem em vielas e são vizinhas, o que facilitava suas fugas.
Ontem porém, durante o cumprimento dos mandados, todas foram localizadas e detidas, Além de Vanessa, apontada como a líder do bando, apenas Stephanny Letícia, de 19 anos, é maior de idade. As demais são menores, e entre elas uma irmã da Stephanny, de apenas 14 anos. Outras duas têm 16 anos. Vale frisar que a identificação da acusada de 19 anos não está completa como forma de não identificar, mesmo que indiretamente, sua irmã adolescente.
Outra revelação apontada pela investigação, é de que para ser agregada ao grupo a menina teria que se submeter a tatuagens com motivos de apologia ao crime e às drogas. O trabalho investigativo também apurou, segundo o delegado titular da DIG, que Vanessa faz parte da facção Primeiro Comando da Capital (PCC).
Durante a coletiva para apresentar a quadrilha, o delegado explicou que Vanessa só arregimentava mulher para atuar no tráfico, por saber que garotas, especialmente bem arrumadas, dificilmente vão ser alvo de suspeitas por policiais. Isso porque, conforme ressaltou, naturalmente as meninas com o perfil das que foram detidas, se envolvem amorosamente com os traficantes, mas não atuam diretamente na prática ilícita.
Ao todo foram apreendidos, em poder de Stephanny e das outras três adolescentes, 35 porções de maconha, 71 frasconetes com cocaína, dois frasconetes com crack e cinco papelotes da mesma droga, uma grande porção de crack ainda em pedra, uma porção bruta de cocaína, além de materiais para uso e confecção das drogas, como cachimbo e dichavador (artefato para triturar a maconha), equipamentos eletrônicos, três celulares e R$ 198 em dinheiro. Em poder de Vanessa foram apreendidas cinco munições calibre 38, além de material para tatuagem e desenhos de apologia ao crime e às drogas.
Passagens policiais
O delegado Urban comentou que a vida criminal de Vanessa já dura pelo menos uma década, lembrando que em 2004 ela foi vítima de uma tentativa de homicídio ao ser ferida com um tiro de raspão na cabeça, por conta de desacertos nas bocas de tráfico. Na ocasião, quem atirou em Vanessa foi assassinado ainda naquele ano. Vanessa também tem passagens por furto, porte de arma e tráfico de drogas.
Entre as adolescentes, uma das que possui 16 anos, já conta com várias passagens pela Delegacia de Infância e Juventude (Diju), por ato infracional de tráfico.
O titular da DIG ressaltou ainda que toda quadrilha foi presa acusada de tráfico e associação para o tráfico, com Vanessa e Stephanny sendo encaminhadas para a cadeia feminina de Votorantim, e as adolescentes para a Fundação Casa, pelo fato da investigação comprovar também a relação de associação para o tráfico. Sem isso porém, Vanessa nem poderia ter sido presa pelo tráfico, uma vez que com ela não foi encontrado nenhum entorpecente.
0 comentário "Polícia prende quadrilha composta só por mulheres"
Postar um comentário