Por Renato Souza
Um documento emitido pela Secretaria de Educação do Distrito Federal
proíbe professores de se expressarem sobre fatos ocorridos em escolas
públicas do DF. Uma circular enviada para os colégios tenta ainda
impedir o acesso da imprensa ao interior das instituições de ensino.
O
texto que relembra os períodos de ditadura militar afirma que até mesmo
as redes sociais dos docentes podem ser monitoradas.
"É vedado aos
servidores e gestores, sem a devida autorização, repassar
à imprensa informações, áudios, imagens das unidades educacionais, de
documentos ou alunos.
O vazamento de tais conteúdos, mesmo pelas redes
sociais, será rigorosamente apurado", diz o documento. O documento é
datado de 23 de abril, um dia depois de o diretor da Escola de Música de
Brasília (EMB), Ayrton Pisco, conseguir na justiça uma liminar para
impedir a reunião do Conselho Escolar da instituição. Insatisfeitos com a
gestão do atual diretor, professores, alunos e outros membros do
conselho pretendiam votar um documento que recomenda ao governador
Rodrigo Rollemberg a exoneração imediata de Pisco.
Houve tumulto na
escola e alguns professores foram parar na delegacia depois de acusar o
diretor de assédio moral.
Após esse episódio vários veículos de
imprensa, entre jornais, emissoras de TV e rádio foram até a escola
apurar o ocorrido. No dia seguinte, a secretaria de Educação emitiu a
circular que impede a entrada dos profissionais de comunicação nas
escolas sem autorização da assessoria de imprensa.
As escolas públicas
do DF sofrem com a precariedade, com falta de bibliotecas, estrutura
adequadas nas salas de aula, falta de professores, problemas de
estrutura e de materiais básicos.
Ao que tudo indica o governo decidiu
esconder os problemas, ao ter que enfrentar a opinião pública. Em nota a
Secretaria de Educação do Distrito Federal informou que "a Circular
11/2015 em nenhum momento busca censurar a comunidade escolar, tampouco
coibir o acesso da imprensa às escolas da rede.
O documento, de caráter
preventivo, visa, prioritariamente, preservar a imagem dos estudantes da
rede pública de ensino, evitando a exposição desnecessária e sem
autorização prévia do uso de imagem, e unificar as informações oficiais
no âmbito do Governo de Brasília". Foto: Kleber Lima.
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Secretaria de Educação do Distrito Federal proíbe professores de se expressarem sobre fatos ocorridos em escolas públicas do DF
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