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| Foto: ESA/Rosetta/Philae/ROLIS/DLR. |
Por Renato Souza
Cientistas encontraram quatro moléculas orgânicas na superfície do cometa 67P/Churymov-Guerasimenko.
As quatro moléculas orgânicas são fundamentais para a vida e nunca antes foram encontradas na superfície desses corpos celestes.
A descoberta ocorreu após análise dos dados registrados pelo robô Philae, que está na superfície do cometa em conjunto com a sonda Rosetta, que fica em sua órbita.
"Descobrimos quase tudo o que ignorávamos antes sobre o núcleo de um cometa", explicou Jean-Pierre Bibring, professor da Universidade Paris-Sud, responsável científico do Philae. "E nada do que vemos corresponde realmente ao que podíamos imaginar sobre um cometa, da estrutura global e em pequena escala, às propriedades físicas e sua composição", esclareceu o professor, em entrevista à agência AFP.
A moléculas encontradas fazem parte de uma cadeia de evolução química que pode levar à formação de elementos fundamentais para a vida.
O cometa está no espaço há 4,6 bilhões de anos, desde a formação do Sistema Solar. Analisar sua composição é fundamental para entender como a vida se formou na Terra e se ela pode ser comum em outros cantos do universo e no próprio Sistema Solar.
"Estamos convencidos de que Philae nos fará avançar consideravelmente sobre a origem da vida" em nosso planeta e também sobre o fato de saber se ela é frequente ou não no Universo, avaliou o professor Bibring.
Os astrônomos identificaram 16 compostos que puderam se repartir em seis classes de moléculas orgânicas - dentre eles álcoois e aminas.
Entre estas moléculas, quatro nunca antes encontradas até hoje num cometa, são, por exemplo, o metil e a acetona, precursores das moléculas fundamentais para a vida, como os açúcares e os aminoácidos.
É possível encontrar vida no cometa, ou seja, vida fora da Terra pela primeira vez e revolucionar o conhecimento sobre as origens da vida e sobre a astrobiologia.
O robô Philae está em uma região com alto relevo na superfície do cometa, o que dificulta sua comunicação com a sonda Rosetta e com a Terra.
Mas os cientistas acreditam que muitas revelações sobre o conhecimento do universo devem chegar até a humanidade.
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