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Sem fiscalização, anabolizantes são oferecidos em sites e redes sociais

O pagamento da mercadoria é feito por meio de cartão de crédito, e os produtos são entregues na casa dos compradores, pelos correios.

Quem está em busca de um corpo perfeito, definido e musculoso não enfrenta nenhuma dificuldade para comprar anabolizantes e suplementos proibidos. Pela internet, é possível não só encomendar esse tipo de produto como aprender a autoaplicar as injeções com os medicamentos ilegais. Remédios de venda restrita, substâncias cujo comércio é vedado no Brasil e até mesmo produtos veterinários são vendidos livremente, com pouco controle da polícia e praticamente nenhuma vigilância das autoridades sanitárias.

'Não sei por que ele inventou de tomar isso. Eu nem sabia que ele queria ficar forte. Era um menino quieto, na dele, trabalhava'
Alexandre dos Santos, irmão de Thiago, que morreu depois de tomar anabolizantes falsificados (Antônio Cunha/CB/D.A Press - 11/4/13)
"Não sei por que ele inventou de tomar isso. Eu nem sabia que ele queria ficar forte. Era um menino quieto, na dele, trabalhava" Alexandre dos Santos, irmão de Thiago, que morreu depois de tomar anabolizantes falsificados

Os sites especializados em anabolizantes e suplementos oferecem as substâncias, aceitam pagamento com cartão de crédito e entregam diretamente na casa do consumidor. Nas redes sociais, os contrabandistas de medicamentos proibidos fazem propaganda e até orientam jovens sobre como proceder caso as aplicações provoquem efeitos colaterais. Os usuários desses remédios fazem as aplicações de forma clandestina e sem supervisão, o que leva muitos à morte. Sem contar o risco das falsificações, no caso de produtos de venda restrita ou proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Veio do Paraguai a imitação de um famoso composto de estimulante e vitaminas que matou Thiago Pereira dos Santos, quatro anos atrás. Irmão da vítima, Alexandre não sabia das injeções que colegas tinham recomendado a Thiago. Quando chegou ao hospital, recebeu a notícia: %u201CO médico falou: seu irmão fez uma bobagem%u201D, lembra Alexandre. Thiago morreu aos 22 anos e deixou um filho. %u201CNão sei por que ele inventou de tomar isso. Eu nem sabia que ele queria ficar forte. Era um menino quieto, na dele, trabalhava. Nos dias de folga, gostava de jogar videogame com meu sobrinho%u201D, diz o irmão.

Fonte: Correio Braziliense

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