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Sociedade tem o direito de protestar contra Feliciano, diz Barbosa

O presidente do Supremo afirmou que o acórdão do mensalão vai sair nos próximos dias. Disse ainda que os ministros do STF não estão preocupados com a crítica de que o STF "legisla", além de classificar de "péssima" a PEC que retira o poder de investigação criminal do Ministério Público
Barbosa evitou polemizar comentários sobre atitudes do presidente da CDH, pastor Marco Feliciano (Marcelo Ferreira/CB/DA Press)
Barbosa evitou polemizar comentários sobre atitudes do presidente da CDH, pastor Marco Feliciano
Em um discurso de cerca de 20 minutos, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, disse bem-humorado que foi colocado numa saia-justa diante da pergunta de uma estudante de Ciências Sociais sobre o que acha de o deputado federal Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) presidir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara. 

Barbosa evitou polemizar na resposta. “A minha resposta é a resposta de quem viveu anos e anos nesse ambiente de liberdade. É simples, o deputado Marco Feliciano foi eleito pelos seus pares para assumir um determinado cargo dentro do Congresso Nacional. Agora, a sociedade tem todo o direito de se exprimir contra a presença dele neste cargo. Isso é democracia”. A declaração foi feita durante uma aula magna que ele proferiu na Universidade de Brasília (UnB). O evento reuniu cerca de 3.500 pessoas no Centro Comunitário. O ministro falou ainda sobre a importância da educação na formação do jovem. Ele foi estudante da UnB na década de 1970, onde se formou em direito.

STF não ‘legisla’

O chefe do Poder Judiciário afirmou que nenhum ministro da Corte está preocupado com as críticas de que o órgão estaria“usurpando funções de outros poderes”. Questionado por um estudante de direito sobre as críticas de parlamentares que afirmam que o Judiciário “vem legislando”, o presidente do STF destacou que a Corte não vai à busca de processos para julgar, mas atua somente quando acionada por setores da sociedade. “Vocês que são estudantes de direito, sabem que o STF não sai à cata de problemas. Os problemas chegam a ele, e chegam da maneira que a Constituição brasileira previu”, frisou. “A nossa Constituição permite que atores sociais, políticos e econômicos se organizem para trazerem às questões de seu interesse”,completou Barbosa.

PEC 37

Ao final, o ministro foi muito aplaudido pelos estudantes que lotaram o Centro Comunitário da UnB e respondeu rapidamente a duas perguntas. Sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 37, que retira do Ministério Público o poder de investigação em matérias criminais, ele foi incisivo.“Acho péssima. A sociedade brasileira não merece uma coisa dessas”, criticou. A PEC foi aprovada na Câmara e, agora, tramita no Senado.

Mensalão

O presidente do STF alertou ainda que o acórdão do julgamento do mensalão – resumo do que foi decidido em plenário – deve ser publicado nos próximos dias. Barbosa aguarda somente o decano do Supremo, Celso de Mello, concluir a revisão de seu voto para publicar o documento. “(O acórdão) deve sair nos próximos dias.”

Fonte: Correio Braziliense

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