Policial se fere durante confusão |
Fortaleza - Cerca de 10.000 manifestantes protestavam nesta quarta-feira nas imediações do estádio Castelão de Fortaleza, onde o Brasil enfrentará o México pela Copa das Confederações, em mais um ato de um movimento nacional contra o custo das obras para a Copa do Mundo de 2014, reivindicando mais investimentos em saúde e educação, constatou a AFP. "Brasil, vamos acordar, um professor vale mais do que o Neymar!", gritaram jovens reunidos em um trecho da Avenida Alberto Craveiro, a cerca de três quilômetros do estádio.
Manifestantes fazem ato em avenida que dá acesso ao Estádio Castelão, em Fortaleza No início da tarde, confrontos eram registrados entre as forças de ordem e manifestantes. Algumas pessoas jogavam pedras na direção dos policiais, que respondiam com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Uma pessoa foi ferida no olho e outra precisou ser retirada de maca. O protesto foi divulgado através das redes sociais e cerca de 40.000 pessoas haviam confirmado presença na noite de terça-feira.
"Os protestos que aconteceram nas outras cidades nos inspiraram, também queremos marcar presença para mostrar que não estamos concordando com a forma com que o dinheiro público está sendo gasto. Queremos saúde, educação, não é só uma questão de preço de passagem de ônibus", explicou à AFP o estudante Pedro Silveira, de 27 anos. "Já temos o circo, agora queremos o pão", dizia uma placa segurada por uma jovem manifestante, em referência ao nome dado ao protesto nas redes sociais, 'Mais Pão Menos Circo - Copa para Quem?'. "Enquanto você assiste televisão, eu mudo o país. Futebol, não, queremos educação", indicava outra placa, enquanto manifestantes gritavam, "Vem pra rua, vem pra rua!". Vários jovens estavam fantasiados e alguns usavam máscaras do grupo Anonymous. Um forte esquema policial com 500 homens fazia um bloqueio para impedir que os manifestantes chegassem até o Castelão.
As autoridades formaram três barreiras, uma primeira com policiais militares, uma segunda com polícia montada e a terceira com 300 homens do batalhão de Choque, que estavam postados em toda a largura da estrada, equipados de escudos. "Este bloqueio é normal, faz parte, do planejamento que fizemos com a Fifa há muito tempo", explicou à AFP o coronel João Batista, da Polícia Militar do Ceará, um dos coordenadores da operação.
"Se os manifestantes avançarem para tentar invadir a área do estádio, vamos conversar com eles. Tudo vai ser na base da negociação e só vamos fazer uso da força em caso de extrema necessidade e dentro da legalidade", assegurou. "Já colocaram várias barreiras para nos conter, mas iremos até o fim", disse Leyton Andrade, líder estudantil de 22 anos.
Pessoas chegam aos poucos ao local ao longo da manhã e número de manifestantes não para de crescer. Outros já avisaram que haviam comprado ingressos para o jogo e que pretendiam exibir mensagens virar as costas para o gramado na hora do hino nacional. A reforma do Castelão, onde será disputada a partida entre Brasil e México às 16h00 (no horário de Brasília), custou 518,6 milhões de reais. Fonte: Correio Braziliense |
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