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Moto e equipamentos de segurança sob investigação

Federação brasiliense da modalidade pede à Polícia Civil uma perícia técnica na moto e nos equipamentos de segurança da piloto Vanessa Daya, morta na quarta-feira, para tentar elucidar acidente

Durante ultrapassagem, Vanessa perdeu o controle da moto. Na capotagem, o veículo atingiu a atleta na cabeça e no pescoço (Reprodução Facebook)
Durante ultrapassagem, Vanessa perdeu o controle da moto. Na capotagem, o veículo atingiu a atleta na cabeça e no pescoço


A criação de uma comissão com o objetivo de analisar o acidente da piloto Vanessa Daya, morta na última quarta-feira, foi o primeiro passo da Federação de Motociclismo do Distrito Federal (FMDF) em busca de respostas para a tragédia. Na manhã de ontem, o presidente da entidade, Carlos Senise, abriu o Autódromo Internacional Nelson Piquet “para demonstrar clareza”, conforme destacou. Porta-voz da comissão, ele mostrou o local onde a atleta perdeu o controle da moto e capotou, durante a disputa do Campeonato Brasiliense de Motovelocidade, no domingo.

À noite, o grupo se reuniu no autódromo, das 18h às 21h. Os integrantes conversaram com o chefe de equipe da piloto, Wendel Vaz; com a companheira de boxe, Indiana Munoz; com o patrocinador, Francisco Arruda; e com um brigadista não identificado. O teor do encontro não foi divulgado.

A FMDF pediu ontem à 5ª Delegacia de Polícia (DP) uma perícia técnica da moto e dos equipamentos de segurança de Vanessa. Uma investigação preliminar será iniciada, com previsão de resultado em 30 dias. Segundo Rogério Dantas, delegado adjunto da 5ª DP, o objetivo é verificar se há indícios de crime. “Se houver, será feita uma investigação mais detalhada. Em princípio, não tratamos como homicídio”, explica.

Cerca de 200 metros separam o início da derrapagem do ponto onde a moto e Daya pararam. O veículo começou a chicotear no fim da Curva da Piscina. Segundo Senise, a área, em forma de ferradura, marca a curva mais lenta do circuito — os pilotos chegam entre 100km/h e 300km/h. “A distância entre a derrapagem e o ponto onde a moto e Vanessa pararam impressiona. Mas ela não freou. Tentou controlar a moto. Em um determinado momento, não teve mais o que fazer”, analisa o presidente da FMDF.

As marcas do pneu começam no asfalto e terminam na zebra. A capotagem começou na grama, marcada por buracos feitos pela moto. No trajeto até o local onde terminou a queda, há um pedaço da carenagem do veículo de Daya. A comissão temporária tentou manter o trecho intacto, mas a moto foi retirada e está guardada na sala da FMDF, no autódromo, assim como os equipamentos usados pela piloto.

De acordo com Senise, vários motivos podem ter levado à derrapagem. “Pode acontecer se o pneu furar, se o piloto acelerar no momento errado, se estiver cansado”, enumera. Ainda não há informações oficiais sobre o estado de conservação dos pneus, mas, segundo o presidente da federação, eles enfrentavam apenas a segunda corrida. “Não adianta nos perguntar sobre conclusões, não as temos. Isso tudo é preliminar”, frisou.

Cansaço

A comissão provisória, composta por oito especialistas em motociclismo, reuniu-se na noite de quarta-feira. Um dos itens da pauta foi o tempo das últimas voltas de Vanessa na terceira etapa do Campeonato Brasiliense, no domingo. O cansaço dela é um dos motivos cogitados para a perda do controle da moto — a piloto já havia participado de uma prova no mesmo dia. “No local do acidente, não achamos rachadura ou terra na pista, nenhuma vala. Infelizmente, nesse caso, houve muita fofoca”, constatou Senise.

Além do presidente da FMDF, integram o grupo o diretor nacional da Confederação Brasileira de Motociclismo (CBM), Roberto Boettcher; o comissário técnico do Moto1000GP, Jarbas Balbino; o vistoriador da Federação Internacional de Motociclismo (FIM), Gilson Romani; o diretor de provas do Campeonato Nacional de Motovelocidade, Gilson Romani Filho; o representante da Associação de Motociclistas do DF, Luciano Conceição; e os pilotos Norton Masera e William Pontes.

Fonte: Super Esportes

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