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SLU promete vistoriar lixão após denúncia de vazamento de chorume

Em nota, o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) informou que a ocorrência é "incomum"




Chorume escorre, do monte de lixo, na estrada que da acesso a conjunto de chácaras da Estrutural.

A lagoa de retenção de chorume do maior lixão a céu aberto da América Latina vai passar por vistoria, após denúncia de moradores. De acordo com o Serviço de Limpeza Urbana (SLU), a ocorrência é "incomum" e técnicos vão visitar o local para resolver irregularidades. O líquido residual do depósito de lixo invade a estrada que dá acesso ao conjunto de chácaras na Cabeceira do Valo, com 67 casas, no Setor Oeste da cidade. À beira do chorume, há várias plantações de hortaliças.

Os 'vizinhos' do lixão contaram ao Correio que o chorume se espalhou por aproximadamente 300 metros ao longo da estrada de terra. “O cheiro está tão forte que chega a arder os olhos. Sem contar que as pessoas que passam a pé por aqui podem acabar pisando nesse líquido e nós não sabemos o quanto isso é perigoso”, denuncia o comerciante Alexandre Bedran. Ele também afirma que à noite o odor chega à área urbana da Estrutural.

Segundo o agricultor Valdenir Rodrigues, o chorume escorre do lixão há muito tempo. "Quando chove, ele se espalha por quase toda a estrada. Passa muita gente por lá, a pé, em carroças, de bicicleta. É complicado para as crianças ficarem esperando o ônibus escolar aqui com esse cheiro", relata.

Eucaliptos contêm o lixo às margens de estrada da cabeceira do Valo
Outro morador, Edilson Rocha arrendou uma chácara na região há cinco meses. Quando ele chegou ao local, não havia lixo na beira da estrada. "Esses montes de entulho e lixo que estão quase caindo na pista foram colocados aí há mais ou menos uns dois meses. Se não fossem os eucaliptos funcionando como barreiras, já teria caído tudo onde as pessoas passam", reclama o agricultor.


Aterro Sanitário
O prazo estipulado pela Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos para que o lixo passasse a ser armazenado em aterros sanitários expirou em 2 de agosto de 2014. Contudo, até hoje o GDF não finalizou o processo de implantação do Aterro Sanitário Oeste, em Samambaia, apesar das cobranças da 3ª Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Cultural (Prodema). O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) também recomendou ao Instituto Brasília Ambiental (Ibram) em setembro do ano passado que fiscalizasse todas as etapas de construção do aterro.

De acordo com o SLU, as obras de infraestrutura do aterro estão 70% concluídas. Já os trabalhos da etapa 1, como a limpeza do terreno e instalação de drenos,  foram iniciados em 24 de outubro de 2014 e paralisados em 15 de dezembro do mesmo ano em decorrência da intensificação das chuvas na região. Os trabalhos estão sendo conduzidos pelo consórcio GAE/Construrban/DBO e o SLU acertou um convênio com a Novacap para a realização das obras de infraestrutura. 

Segundo o diretor-adjunto do órgão, Paulo Celso dos Reis, as obras do Aterro de Samambaia foram planejadas e contratadas em etapas diferentes. A Novacap ficou responsável por três destas obras de infraestrutura. Uma delas foi abandonada pela empresa contratada e as outras duas estão paralisadas por motivos financeiros. Ele acrescentou, ainda, que as obras de responsabilidade do consórcio foram suspensas em virtude do período de chuvas e devem ser retomadas a partir de maio. "O lixo só poderá ser depositado no Aterro Sanitário Oeste quando todas as obras de infraestrutura estiverem finalizadas", disse.
Os riscos do lixão
Especialistas em questões ambientais alertam para os problemas decorrentes do Lixão da Estrutural, na fronteira com o Parque Nacional de Brasília, reserva ecológica com mais 40 mil hectares e bacias que fornecem cerca de 27% da água potável consumida na capital federal. O aterro produz enorme quantidade de chorume, líquido considerado 100 vezes mais poluente que o esgoto, que penetra no solo e acaba contaminando com metais pesados a terra, a vegetação e a água. 

Moradores reclamam do forte cheiro e o risco de contaminação dos pedestres que usam a estrada

Fonte: Correio Braziliense

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