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Planilhas que estavam em poder da "Construtora Odebrecht" revelam possíveis repasses de propina para políticos desde a década de 80


Foto: Estadão Conteúdo
Por Renato Souza

As planilhas apreendidas pela Polícia Federal em fevereiro, e reveladas pelo jornalista Fernando Rodrigues, do "Uol", trazem os nomes de mais de 200 políticos de 18 partidos. 

Algumas planilhas foram escritas a mão, pois na época ainda não haviam computadores disponíveis no Brasil. 

Os nomes mais antigos datam de 1988, ano em que foi promulgada a atual Constituição Federal. 

Os políticos, chamados de "parceiros" nos documentos receberiam propina da construtora para aprovarem a entrada da empresa em contratos públicos e defenderem os interesses dos empresários. 

Os nomes são acompanhados por apelidos atribuídos aos políticos. O ministro-chefe do Gabinete Pessoal da Presidência, Jaques Wagner, é tratado como "passivo", o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é chamado de "carangueijo", o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) é "atleta". 

Já o prefeito do Rio de Janeiro é chamado de "Nervosinho". Manuela D'ávila é chamada de "avião", José Sarney é escritor, o senador Humberto Costa é chamado de Drácula e Lindbergh Farias (PT-RJ) é o "Lindinho". 

A lista revela que a corrupção está encrustrada na política brasileira, independente de partido político ou ideologia. 

Alguns documentos não servem como prova por conta dos crimes estarem prescritos. 

O juiz Sérgio Moro decretou o sigilo de Justiça para as planilhas apreendidas. No despacho, o magistrado afirma que soube das planilhas pela imprensa.

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